A atleta Carol Solberg foi absolvida das acusações de atitude antidesportiva e de descumprimento de regulamento da competição. Ela foi denunciada ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) após gritar “fora, Bolsonaro!” Em premiação da primeira etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia.
O julgamento aconteceu nesta terça-feira (13) e teve votação de 3×2 pela advertência a atleta com base no artigo 191, por descumprimento do regulamento da competição. A regra estabelece punição de R$ 400 a R$ 1.000, mas os auditores da 1ª Comissão Disciplinar do STJD transformaram apenas em advertência.
“Não me sinto nem um pouco arrependida. Só manifestei minha opinião. Da mesma forma que vejo que os meninos da seleção de vôlei de quadra manifestaram a opinião deles, uma opinião contrária à minha, do futebol também. Não me arrependo”, completou.
Já a segunda acusação, baseada no artigo 258, ela foi também absolvida por 4 votos a um e está liberada para participar da segunda etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia.
“Estava muito feliz de ter ganhado o bronze e, na hora de dar minha entrevista, apesar de toda alegria ali, não consegui não pensar em tudo o que está acontecendo no Brasil, todas as queimadas, a Amazônia, o Pantanal, as mortes por Covid e tudo mais, e meio veio um grito totalmente espontâneo de tristeza e indignação por tudo o que está acontecendo”, disse Carol em depoimento.
MPF quer debater liberdade de expressão de atletas
Após a grande repercussão por causa do “fora, Bolsonaro” dito por Carol Solberg, o Ministério Público Federal pretende convocar uma audiência pública para debater a liberdade de expressão.
O MPF se inspira em casos como os que ocorrem na NBA e outros esportes americanos para trazer o tema ao debate.
De acordo com a organização, Carol Solberg, COB, CBV, CBF e outros atletas devem ser convidados.